Rebel Galaxy Outlaw é mais um exclusivo da Epic Games Store. Custando meros R$ 57,00, o jogo da Double Damage Games oferece aos aficionados pelo espaço e assuntos similares altíssimas doses de diversão de qualidade e emoção.
Você inicia o jogo praticamente sem nada, com pouco dinheiro e com uma nave pesadona e lenta, a cargueira Platypus (a qual me recorda, aliás, da Type-6 de Elite Dangerous).
No papel principal temos Juno Markev, a qual está em busca do assassino de seu marido. Sim, ela tem em mente se vingar daquele que assassinou seu amado, e para isto atravessará setor após setor até atingir seu objetivo.
Mas calma aí, as coisas não são tão simples assim. Juno precisa de dinheiro e de contatos para concretizar seus planos, além de informações. Ela consegue rastrear o assassino até um lugar chamado Lubbock, mas aí, problemas acontecem, incluindo a perda de sua antiga nave.
O alienígena Orzu é o primeiro a lhe ajudar (com suas próprias intenções em mente), fornecendo a ela inclusive a caixa nave Platypus. Ele também tem uma certa carga que deve ser transportada, cujo conteúdo é mantido em sigilo.
Juno parte, então, em uma jornada divertidíssima em um universo repleto de perigos, de piratas e de pedidos de socorro que podem (ou não) ser investigados. Rebel Galaxy Outlaw, aliás, também é uma bela homenagem a jogos clássicos espaciais, como por exemplo Wing Commander: Privateer.
Ele possui lá também suas semelhanças com Elite Dangerous, no sentido de que somos livres, em seu universo composto por vários sistemas estelares cuja grande maioria possui nomes de estados ou cidades norte-americanos, pois podemos contrabandear, podemos trabalhar como comerciantes legais, vendendo produtos em diversos pontos da galáxia, podemos caçar recompensas e podemos também lutar.
Podemos combater naves piratas e/ou mercenárias quando bem desejarmos, e eu confesso a você que o combate aqui é muito mais divertido e fácil do que o combate em Elite Dangerous. Desde que você jogue no nível de dificuldade “normal, é claro. Aliás, até acredito que este é o modo de jogo no qual a desenvolvedora deseja que os jogadores se foquem. Não estamos aqui lidando com um simulador espacial, nem nada parecido – muito pelo contrário.
Vale ressaltar que as naves, de maneira um tanto quanto similar ao que acontece no jogo da Frontier, permitem o total controle da distribuição de energia: podemos distribuí-la para os subsistemas que estão exigindo mais no momento, como por exemplo motores, escudos ou armamento. Podemos também utilizar um boost temporário (afterburner), e podemos controlar a velocidade da nave conforme bem desejarmos.
A grande sacada da Double Damage Games, entretanto, foi introduzir um modo de “perseguição automática”: jogando no nível normal, como eu mencionei acima, basta travar a mira em um alvo para que sua nave então o persiga automaticamente: você só terá que lidar, então, com a parte do ataque.
À partir daí, é aquele “jogo de dogfighting” sensacional. Dependendo do armamento presente em sua espaçonave e da distância do inimigo (tente “grindar” ao máximo para partir logo para um próximo nível, obtendo uma Sandhawk), você observa em tempo real os danos causados em seu oponente, incluindo peças de sua nave se desprendendo, explosões, etc.
É muito bacana observar o dano causado nos inimigos também através dos sensores de nossa nave, para termos uma ideia melhor e mais precisa do quão rápido iremos deles dar cabo.
Mas voltando à “perseguição automática”, basta manter o gatilho esquerdo pressionado, após travar no alvo, para que o inimigo seja perseguido até sua eliminação, sendo que o próprio jogo, neste caso, toma conta de detalhes como aceleração, por exemplo.
É uma pena que a história de Juno Markev seja extremamente superficial em Rebel Galaxy Outlaw. Ela está ali, digamos, apenas para “encher linguiça”, e você muito facilmente se esquecerá dela, dado também o grande número de missões secundárias que podemos obter em planetas e postos avançados espalhados pelo universo do jogo.

Dogfighting
E eu digo que é uma pena porque há bastante potencial ali para ser explorado, mas tal potencial também deveria incluir a própria protagonista, a qual é também bastante rasa. Infelizmente. Isto é percebido também através dos diversos diálogos que podemos travar nos bares espalhados pela galáxia, em postos avançados diversos. Nestes bares, aliás, podemos jogar bilhar, dados e até mesmo tentar a sorte em slot machines – e vale ressaltar que tudo isto é muitíssimo bem feito.
Mas em minha opinião, Rebel Galaxy Outlaw é um jogo onde o próprio jogador deve escrever sua história. Onde o próprio jogador deve se erguer do nada até alcançar o topo, tornando-se capaz de enfrentar qualquer ameaça proposta pelo jogo.
Vale lembrar que em vários momentos um certo nível de grinding é necessário, e isto não apenas para a aquisição de novas naves. Missões paralelas e principais podem exigir naves, armamento e níveis mais poderosos, e aí é então que entra em cena o famoso e muitas vezes nefasto grinding.
Cada posto avançado ou planeta em Rebel Galaxy Outlaw conta com uma gama completa de serviços. Temos um bar, geralmente, onde podemos conversar com o barman para obter informações e até mesmo novas missões, e podemos também conversar com determinados personagens chave.
Podemos também participar dos jogos, mini games, já acima mencionados (bilhar, por exemplo), e podemos ir até a “oficina”, onde somos então capazes de melhorar nossa nave (também podemos adquirir uma nova nave, é claro, através do ship dealer).
Na “oficina”, podemos adquirir novo armamento, incluindo torpedos, canhões diversos, lasers, etc. Podemos também adquirir afterburners (caso você tenha vendido o seu acidentalmente ou caso sua nave careça de um), podemos também aplicar itens cosméticos à nave, como bobbleheads e cartões postais, etc.
Vale lembrar que, como em Elite Dangerous, Rebel Galaxy Outlaw “dosa” de forma bastante precisa a energia consumida por todos os elementos da nave. Portanto, caso você possua, por exemplo, uma nave espacial com 4 hardpoints e tenha armas poderosas em todos eles, pode ficar constantemente “sem gás”, o que é um tanto quanto perigoso no calor da batalha.
Aqui, todo o cuidado é pouco, e a aquisição de powerplants mais poderosas é capaz de reverter o danoso processo de queda de energia em momentos cruciais (você tem que aguardar o recarregamento das armas). Obs: powerplants bons e poderosos custam bem caro.
Também nas “oficinas”, ou “equipment bays”, podemos comprar e instalar radares, compartimentos de carga (caso você vá se dedicar ao comércio), etc. É possível personalizar cada nave de acordo com o estilo do jogador, desde que, é claro, ele tenha os créditos necessários na conta.
Com tudo isto dito, fica mais do que claro que o jogo é complexo porém nem tanto. Os combates acabam se tornando extremamente divertidos, dada a presença da “perseguição automática” (um dedo no gatilho esquerdo e o outro no direito, para os disparos das armas presentes em cada um dos hardpoints – sem falar nos torpedos, obviamente, mapeados para outro botão).
Existem também momentos em que podemos utilizar de diplomacia, em Rebel Galaxy Outlaw. Podemos ser literalmente arrancados de nossa viagem rápida em direção a determinado posto avançado (sim, o jogo permite que você viaje à velocidade da luz, com todos os efeitos pertinentes visualizáveis em tela, mas também permite que você viaje de forma mais rápida e automática em direção ao alvo) por piratas.
Eles começam geralmente a atirar tão logo cheguemos perto deles, mas via rádio, podemos estabelecer um diálogo e meio que dizer que aquilo poderia ser resolvido de outra maneira: acredite-me, muitas vezes eles aceitam nosso “pedido de clemência” e vão embora.
Rebel Galaxy Outlaw é um sensacional playground espacial para os aficionados pelo gênero. Com seus combates simplificados (mas você ainda pode jogar em outros níveis e/ou gerenciar a distribuição de energia da nave, por exemplo, além de controlar a aceleração e a frenagem), ele pode cair no gosto de uma ampla gama de jogadores, jogadores sedentos por bons jogos espaciais repletos de coisas para fazer.
Fica claro também que o desejo da Double Damage Games era criar um game focado nos combates espaciais: você terá de combater em muitas missões, mesmo durante suas viagens como mercador (itens podem ser adquiridos em outposts e vendidos em outros, com os devidos lucros – é sempre bom ficar de olho nas oscilações de preços).
Mas até mesmo simples abordagens a postos avançados podem ser impedidas devido à presença de piratas, e aí, você pode então “entrar no jogo” e atacá-los, só tomando cuidado para não ser pego de surpresa, digamos, com armas e nave ruins, com pouco poder de fogo (daí, mais uma vez, minha insistência no grinding), etc
E os combates são deliciosos, principalmente quando solicitamos a ajuda de um amigo NPC (me lembro aqui das Wings em Elite Dangerous), ou então quando forças policiais entram em cena e chegam inclusive a nos agradecer pelo trabalho feito.
Dignos de nota também são os interiores das naves: cada nave conta com um cockpit diferenciado e muito bonito, além de detalhado. Posições de radares mudam, por exemplo, além de controles e outros elementos, como sensores.
Além disso, vale ressaltar que o jogo é um dos (senão o primeiro) primeiros jogos na Epic Games Store a contar com cloud saving, da mesma forma que o Steam Cloud. Além disso, o título conta com um editor que permite que cada nave seja personalizada de forma bastante precisa e complexa.
Tal editor é extremamente poderoso, diga-se de passagem, e eu mesmo fui capaz de realizar apenas pequeninas modificações, tamanho o grau de complexidade do mesmo, o qual até mesmo lembra um pouco de softwares gráficos como o GIMP.
Tenho também que mencionar a trilha sonora do jogo, a qual é fantástica. São mais de 24 horas de música, distribuídas em diversas rádios que podemos ouvir à bordo da nossa nave, incluindo country, rock, clássicas e eletrônicas.
É muito bacana, e o pessoal da Double Damage Games inclusive chegou a divulgar um link contendo playlists no Spotify que cobrem todo esse conteúdo. É muito bacana, vale a pena dar uma conferida.
Enfim, Rebel Galaxy Outlaw é um game bastante adequado a quem aprecia jogos com temática espacial com foco nos combates, os quais acabam se tornando extremamente divertidos devido a mecânicas interessantes e extremamente bem vindas inseridas por sua desenvolvedora.
O jogo, além de tudo, conta com gráficos muito bonitos, e não exige um “PC da Nasa” para rodar. Se você, como eu, é fã do gênero, vá sem medo.
Ficha técnica
Título: Rebel Galaxy Outlaw
Gênero: espacial, combate, simulação espacial
Desenvolvedora: Double Damage Games
Publisher: Double Damage Games
Data de lançamento: 13 de Agosto de 2019
Plataformas: PC
Versão analisada: PC
Muito boa a review! Ia te indicar o jogo mas você foi mais rápido. 😀
Confesso que usei o Cheat Engine pra me dar o máximo de dinheiro pra poder seguir a história sem fazer grind. Até pra economizar tempo, coisa meio escassa pra mim. Assim posso jogar e usufruir da maravilhosa trilha sonora sem o que, para mim, causaria desgaste.
Mas e aí, vai pegar o Borderlands 3 quando lançar também? Se for pegar, de repente podemos jogar juntos algumas missões. 🙂
Grande abraço!
Fico feliz que tenha gostado, Bruno. 🙂
Opa, usou a CE então? rsrsrs Eu fiz bastante grind. Aliás, jogão, hein. E que trilha sonora! Viu o link com as playlists no Spotify?
Sobre o Borderlands 3, ainda estou no aguardo. Vamos ver. Aí vamos nos falando. Pelo jeito você vai pegar…rsrsrs
Abração!
Jogão mesmo! Uma ótima pedida pra quem gostava do bom e velho Freelancer.
Vi sim o link com as músicas. Sensacional! Realmente não esperava que a trilha sonora fosse tão boa quanto é. Às vezes fico parado na frente dos gates entre sistemas para ouvir uma música até o fim antes de fazer o hyperjump. 😀
Vou pegar sim o Borderlands 3. Não vou conseguir aguentar esperar 6 meses pra jogar no steam. Também não fico muito feliz sabendo que o jogo vai usar Denuvo, o que sou totalmente contra em qualquer jogo por conta de todas as controvérsias com o sistema antitemper. Mas eles me pegaram no hype e, infelizmente, farei a pré-compra em breve. =/
Verdade. E de Elite também. Bacana as músicas, né? Eu também não esperava. Puxa, e esses gates que, não sei porque, me remeteram aos Mass Relays…rsrsrsrs
Sobre o Borderlands 3, ainda estou no aguardo. Espero que possamos jogar juntos. Eita ansiedade, hein…rsrsrs Esse Denuvo realmente é uma bosta, mas fazer o que, esses caras da indústria insistem em usar coisas que só prejudicam o comprador, mesmo. Vai fazer a pré-compra quando?
Putz, nem me fala, cara… Me dá uma tristeza de lembrar que mataram Mass Effec por causa do Anthem e a porcaria do jogo ainda floppou fazendo carpado… Se fosse um jogo incrível ainda dava pra perdoar.
Mentira. Não dá pra perdoar de jeito nenhum. Mataram minha franquia favorita de todos os tempos por nada. =/
Então… Acabei de fazer a pré-compra do Borderlands 3. 😀
Agora é só esperar o dia 13!
Nem fala. Putz, ME era, e é, ainda, maravilhoso. Estou há tempos, aliás, tentando jogar novamente a trilogia. O duro é a quantidade de jogos pra jogar, e a consequente falta de tempo. 🙁
Nem me fala no Anthem…rsrsrsrsrsrs É, não dá pra perdoar.
Caramba, já comprou então? rsrsrsrs Dia 13 está logo aí, cara.
Nesse meio tempo, além do Rebel Galaxy Outlaw, o que mais anda jogando? Viu o Blair Witch? O Control?
Pois é, cara… Também ando pensando em jogar a trilogia novamente mas a falta de tempo aperta. Ainda mais que eu gosto de fazer todas as side quests. Fazer isso só no primeiro já é uma tarefa hercúlea. Imagine fazer nos 3 de novo.
Andei pensando em jogar o Andromeda de novo também. Apesar dos pesares, não acho que é um jogo ruim. Só não acho, nem de longe, digno do nome Mass Effect.
Na verdade, se parar pra pensar que praticamente fizeram o jogo em 8 meses depois de descartar idéias e fazer tudo do zero umas 3 vezes, o jogo chega a ser até impressionantemente bem acabado. Ainda mais agora, depois de incontáveis patches.
Ando jogando o Borderlands Pre-Sequel, que eu não levava muita fé mas é divertidinho, e o Final Fantasy XV. É meio estranho dizer isso, mas FFXV é MUITO Final Fantasy. Todo o dna da franquia está lá, mesmo que o combate seja totalmente diferente de tudo já feito pela Squareenix. Às vezes não tenho paciência pra “japonezice” exacerbada, se é que me entende, mas é um jogo divertido também. E você, o que anda jogando?
Sobre o Blair Witch… Sou cagão demais pra jogos de terror hoje em dia. Acho que por causa da ansiedade ou por puro cagaço mesmo. Ou as duas coisas. Então passo longe de Blair Witch e similares. O que é estranho, já que consegui jogar Soma, por exemplo, até o fim apesar do cagaço e é um dos meus jogos favoritos de todos os tempos. Vai entender.
Vi Control também e parece bacana mas não me convenceu a gastar mais de 100 golpetas depois de ver as reviews. Talvez pegue numa promoção.
Nossa, nem me fala. É que são jogos enormes, né. Então, complica muito jogar em conjunto com outros, como eu estou fazendo (jogando mais de um ao mesmo tempo). Eu também gosto de fazer todas as missões secundárias, aí complica mais ainda.
Olha, eu não peguei o Andromeda. Fiquei cabreiro com ele, e com a própria BioWare. 🙁 Mas é bom saber que não é tão ruim assim, agora que você falou.
Putz, eu estava tentando jogar o Borderlands 2 novamente, mas não consegui, justamente por falta de tempo. O Pre-Sequel, até tenho no Steam, mas nunca joguei, também. Agora Final Fantasy, faz tempo que não jogo nada. E, como você, não gosto muito desse lance de “japonezice”…rsrsrsrs
Eita, então você continua não jogando jogos de terror…rsrsrs Então vou te dar duas indicações: o próprio Blair Witch e o Silver Chains: os dois me fizeram literalmente dar um grito, em determinado momento, e olha que costumo jogar esses jogos de boa…rsrsrsrs 🙂
Putz, Soma é muito bom. O Control, cara, creio que é o melhor da Remedy até agora, até mesmo pelo enredo. É complexo demais. Também estou jogando o Quantum Break, e esse é outro jogaço.