Beyond Blue (site oficial) é um jogo de mergulho desenvolvido pela E-Line Media (The Endless Mission, Never Alone, etc) que pode, talvez, ser classificado como um “simulador que pega leve”.
Temos aqui algo bem diferente de um survival também subaquático como Subnautica, por exemplo, ou de um RPG como Maneater, digamos. O jogo é bem diferente, sereno, pacífico, sem mortes (e calmo até demais), etc.
Sobre Beyond Blue
De certa forma baseado no documentário Blue Planet II (ou Planeta Azul II), da BBC, Beyond Blue oferece ao jogador uma experiência extremamente relaxante.
O jogo é ambientado em um futuro próximo, e lida de forma um tanto quanto profunda com os problemas relacionados à preservação das diversas formas de vida marinhas, dentre elas as baleias.
Baleias estas, aliás, objeto de grande interesse e amor por parte da protagonista, a Dra. Mirai Soto. O título da E-Line Media conta com um elenco de NPCs bastante enxuto, aliás.
Trabalhando com Mirai, temos dois outros pesquisadores, André e Irina. Todos fazem parte da OceanX, cujos esforços na preservação dos oceanos, principalmente das baleias, acabam levando o jogador, então, às profundezas.
Beyond Blue, é importante ressaltar logo de início, não “oferece” nenhum tipo de perigo. Não há morte, no jogo da E-Line Media: há apenas o deslumbre diante das maravilhas dos oceanos e seus habitantes.
Talvez, aliás, resida aqui um dos problemas do jogo: na falta de maiores e/ou mais diversificados objetivos, o título acaba se transformando mais em uma maneira de promover uma série de documentários relacionados aos oceanos (16 no total).
Não me entenda mal: os gráficos do game são muito bonitos. A imersão provocada é enorme, a trilha sonora é relaxante ao extremo, e os animais com os quais temos contato são também extremamente interessantes.
Mirai, por sua vez, enverga um traje de mergulho de alta tecnologia, o qual permite que ela permaneça sob a água por longos períodos de tempo.
Ela também conta com um scanner, para obter informações sobre diversas entidades marinhas, e, bem é só.
Jogando Beyond Blue
É verdadeiramente fantástico nos aproximarmos de enormes Cachalotes ou Jubartes, escaneá-las, e até mesmo ouvir seus “cantos”.
Bem como é sensacional nos aproximarmos de grupos bem grandes de tubarões, nadar entre eles sem medo algum, estudá-los, observar seu comportamento e respectivas reações à nossa presença.
Nadando à noite, o traje de Mirai é capaz, por exemplo, de produzir sua própria luz, e assim sendo, tudo assume um ar bastante “misterioso”, sendo que o jogador, com esta “perspectiva”, é capaz de enxergar apenas aquilo que está imediatamente à sua frente.
Podemos nos aproximar, durante o gameplay de Beyond Blue, de uma série de animais. De uma série de criaturas marinhas, incluindo, além dos já acima mencionados, tartarugas, recifes de corais, peixes os mais diversos, arraias, polvos, etc.
É possível adentrarmos em sensacionais cavernas submarinas, tudo isto enquanto desfrutamos de uma atmosfera extremamente relaxante, bem diferente dos já mencionados Subnautica e Maneater (sem nenhum demérito a ambos, que fique bem claro).
Contudo, Beyond Blue mais se parece com um documentário. Há até momentos em que realizamos transmissões submarinas, para pessoas espalhadas pelo globo, e fica mais do que clara a intenção do jogo em ensinar o jogador.
Em mostrar os problemas relacionados à preservação da vida marinha, dos oceanos. Em deixar claros os tristes problemas relacionado ao lixo largado nos mares do mundo todo (acredite, topamos com vários tipos de lixo durante cada mergulho).
Mirai pode fazer algumas pausas em seus mergulhos, momentos durante os quais ela sobe à bordo, então, de um submarino bastante futurista. Aí há, inclusive, um music player que toca músicas que destoam bastante do gosto do chefe da expedição, André (e do meu também).
Tais músicas são do agrado de Mirai, entretanto, a única ocupante do submarino (e não, não o pilotamos – apenas o utilizamos como base, entre uma missão de mergulho e outra). É mais do que explícito o esforço de Beyond Blue no que diz respeito à conscientização.
Um pouco da história de Beyond Blud
Mirai, a protagonista, aprendeu a mergulhar com sua avó, no Japão, a qual atualmente sofre com um quadro neurológico degenerativo. Durante conversas via rádio com sua irmã, uma das preocupações de Mirai é justamente sua velha e querida avó.
O jogo, entretanto, possui pouco de história. A narrativa é bastante superficial, e novamente gostaria de ressaltar que aparentemente trata-se de uma maneira de desenvolver mais ainda e/ou promover uma série de documentários relacionados aos oceanos (com a presença de diversos pesquisadores).
Ou até mesmo, de certa forma, trata-se possivelmente de uma tentativa de promover o documentário Blue Planet II, da BBC. Não que isto seja algo negativo, que fique bem claro.
Entretanto, em termos de objetivos, de gameplay, de narrativa, de NPCs com backgrounds interessantes, Beyond Blue deixa bastante a desejar.
Algumas considerações finais
O jogo não é um desastre. Que fique bem claro. Entretanto, para mim, trata-se de algo que eu “passo”, sem sombra de dúvidas.
A falta de objetivos mais interessantes e também de dificuldades acaba transformando o jogo em uma experiência um tanto quanto contemplativa, apenas.
O jogador acaba se sentindo desmotivado, passado algum tempo de gameplay, valendo também a pena lembrar que o título pode ser finalizado em mais ou menos 3 – 4 horas.
Eu não recomendo a experiência, por mais chamativos e bonitos que sejam os gráficos de Beyond Blue. Por mais interessantes que sejam os documentários nele contidos.
Ficha técnica
Título: Beyond Blue
Gênero: Aventura, Simulação
Desenvolvedora: E-Line Media
Publisher: E-Line Media
Lançado em: 11 de Junho de 2020
Plataformas: PlayStation 4, PC, Xbox One
Versão analisada: PC