Sinopse: Jason Brody e seus amigos são sequestrados e torturados por piratas enquanto passavam férias em uma ilha paradisíaca no Pacífico Sul. Jason consegue escapar e se junta a uma tribo local de guerreiros para tentar resgatar seus amigos e livrar a ilha do domínio de mercenários.
Ficha técnica
Título: Far Cry 3
Gênero: Ação em primeira pessoa
Desenvolvedora: Ubisoft Montreal
Publisher: Ubisoft
Data de lançamento: 4 de dezembro de 2012
Plataformas: PC, Xbox 360 e PlayStation 3
Versão jogada: PC
Preço: R$ 59,99 (Steam, edição básica), R$ 79,98 (Steam, Deluxe Edition)
Minha experiência ao jogar Far Cry 3 poderia ter sido melhor, bem melhor. Das 51 horas investidas no jogo, um terço disso foi dedicado a infindáveis testes e tweaks numa tentativa desesperada de fazer o jogo atingir uma estabilidade jogável numa máquina que supera os requisitos recomendados. Perdi a conta de quantas vezes repeti as primeiras missões. Os inimigos furiosos na tela não eram tão preocupantes quanto os mergulhos bizarros que o visor de frames por segundo no canto da tela realizava. Depois de muito investigar os problemas pela internet a fora, consegui encontrar um equilíbrio e pude finalmente aproveitar Far Cry 3.
Jason é acolhido e ensinado por uma tribo de guerreiros a utilizar a natureza a seu favor para derrotar os piratas que infestam a região. Em poucos minutos, praticamente todas as mecânicas do jogo são demonstradas. Pra um jogo com um cenário tão grande, é curioso como Far Cry 3 conta com mecânicas tão simplórias. Isso é, ao mesmo tempo, bom e ruim. Bom porque o título se torna rapidamente um dos shooters mais dinâmicos e consistentes que você já jogou. Ruim, porque após meio caminho dentro da história, a falta de novidades culmina em puro tédio.
São duas ilhas completamente exploráveis, habitadas por nativos, piratas, mercenários paramilitares e uma fauna e flora impressionante. A AI dessas facções (e a vida selvagem é uma facção) permite combates aleatórios, e isso ajuda a tornar o ambiente incrivelmente vivo. Um grupo de piratas é cercado por guerreiros nativos e um tiroteio começa. Em menor número, os piratas recuam para o meio da selva e, quando achavam que tinham escapado, um bando de tigres sai do meio do mato e dizima os sobreviventes. E você testemunha tudo isso ao longe através da luneta do seu rifle, esperando para derrubar quem os tigres não derem conta.
Esses eventos são bastante comuns e é o tipo de experiência memorável que Far Cry 3 poderia ter melhor aproveitado. Ao invés disso, somos obrigados a realizar missões da história principal cuja linearidade é incompatível com um mundo aberto tão amplo e rico. Não antes de forçar o jogador a um grinding insuportável de escalar torres, abrir algumas das sidequests mais repetitivas que você já jogou desde Assassin’s Creed I e ganhar recompensas que o transformarão no Rambo antes mesmo de alcançar a metade do jogo.
Ah, e o que falar do sistema de caça? Para criar equipamentos melhores (uma bolsa de munições maior, por exemplo) e produzir seringas que curam e dão algumas habilidades especiais, Far Cry 3 leva o jogador a esquecer os oponentes humanos e entrar na selva em busca de plantas medicinais e peles de animais. A chance de bancar o caçador, tendo que espreitar suas presas e cuidar para não assustá-las, é desafiadora e gratificante. Depois, se torna um doloroso pé no saco.
No meio de uma montanha de pequenas falhas e uma história principal que aparentemente foi escrita por alguém chapado, Far Cry 3 triunfa em dois pontos: o primeiro são seus personagens, em especial o sádico vilão Vaas e seu monólogo sobre insanidade, e as excêntricas aulas de história do australiano Buck. E o segundo ponto representa o único lugar onde a mecânica de armas e possibilidades do jogo é utilizada em todo o seu potencial: os metódicos ataques aos postos de controle inimigos.
Não me entenda errado: se você conseguir rodá-lo, Far Cry 3 é excelente, especialmente porque consertou diversas falhas do seu antecessor. Porém, não passa de um jogo que se alimenta da sua própria aparência enquanto ela durar. Quando a imersão se completa, os problemas começam a aparecer e você fica se perguntando o que houve com aquele shooter absurdamente divertido e viciante que você conheceu. É, de certa forma, uma conclusão triste pra um jogo que oferece tantas possibilidades num ambiente belíssimo.
Cara, to num misto de vontade e desinteresse pra jogar esse desde o lançamento.